Semana passada fiz um post em nosso instagram falando sobre as famigeradas papetes. Será que são realmente feias? Será que dá pra usar? Como falei no post, acho que quase tudo é usável desde que você consiga segurar o look. Era só um post para saber a opinião das seguimoras sobre os sapatos polêmicos, mas teve um comentário que me fez refletir muito além das papetes. Uma seguidora comentou o seguinte:
“Pra mim é mais um dos casos da moda que se for em corpos magros e jovens é trend, e em corpos gordos e mais velhos é ‘ridículo’. Precisamos rever rapidinho se gostamos mesmo da peça ou das modelos”.
E eu fiquei sem saber o que dizer. Comecei a questionar todas as coisas que eu gostava na moda. Será que eu realmente gosto disso ou é só porque isso me foi apresentado em modelos magras e jovens vezes o suficiente até ficar gravado no meu cérebro como algo que eu deveria gostar?
Será que alguma vez eu gostei de algo só por gostar? Ou tudo sempre esteve associado ao padrão de beleza? É errado eu gostar de algo por causa disso? Como posso fazer para me livrar desse viés?
E mais mil questionamentos e nenhuma resposta. Apenas o sentimento de ser totalmente escrava do padrão de beleza. O que não é nenhuma novidade né, mas sempre chato levar um banho de água fria, porém é sempre importante para nos fazer refletir.
Depois de muito refletir não cheguei a muitas conclusões, mas percebi que apesar de ser sim essa escravinha do padrão de beleza, e de ter um longo caminho para percorrer (que eu nem sei por onde começar) um primeiro e pequenino passo já foi dado, que é diversificar minhas referências.
Não tem nada errado em seguir as blogueiras com corpo de modelo e 1 metro e meio de pernas finíssimas que nunca vou alcançar, o errado é só seguir essas blogueiras e ficar me sentindo inadequada com meu corpo porque essa é minha única referência de beleza.
Desde que começamos o instagram da NTR sempre procuramos seguir diferentes blogueiras de diferentes estilos, corpos e cores e foi uma verdadeira transformação para mim, porque meu referencial de beleza se expandiu muito. Parei de só ver mulheres com corpo de modelo como referência de estilo e com isso também me senti muito mais livre para experimentar diferentes peças e estilos.
Mulheres modelos deixaram de ser sinônimo apenas de mulheres magérrimas, que usam marcas caríssimas, para serem mulheres realmente estilosas, que assim o são por serem confiantes, ousadas e saberem usar tudo que querem a seu favor, independente de ser magra, gorda, alta ou baixa.
Eu ainda tenho um caminho muito longo a percorrer, mas sei como o simples fato de diversificar minhas referências fez uma grande diferença na minha autoestima e autoconfiança. E por isso queria te convidar a fazer o mesmo.
Quando diversificamos nossas referências não só ficamos mais perto de nos libertarmos desse padrão de beleza inalcançável como também libertamos outras mulheres, pois aos poucos vamos deixando de reproduzir comportamentos que sustentam esse padrão.
Enfim, como eu já disse, é um longo caminho e definitivamente não é uma linha reta. É uma estrada com curvas, rótulas e muitas lombadas. Mas tudo começa com uma pequeno passo, então qual vai ser o seu?